domingo, 20 de julho de 2014

ERA UMA VEZ UMA LINHA FERROVIÁRIA

Com este nome, foi publicada no facebook uma foto, que me fez voltar aos meus tempos de menino, quando os comboios ainda eram movidos a vapor. Quando o comboio apitava no ramal Pampilhosa-Figueira da Foz, era como se fosse um relógio, que naquele tempo pouca gente possuía.



Sabíamos que o primeiro a passar, por volta das seis e meia, era de levantar e qual café, era pegar na enxada e ir para as terras sachar o milho, ou cavar a vinha, ou outros trabalhos agrícolas. O segundo passava por volta das nove. Era a hora do almoço... a primeira refeição do dia. A seguir vinha o das onze, que nós aqui na aldeia (Vila Nova de Outil), chamávamos o comboio da sardinha. Era à estação de Lemede que a ti Angelina Neta ia buscar a canastra de sardinha, despachada da Figueira da Foz, que carregava à cabeça e de volta vendia porta à porta com o pregão, “sardinha fresca”! Isto era ritual diário. 
Passava outro às cinco da tarde, que era o da merenda. O sinal para o jantar, que era ao meio dia, naquele tempo, era dado pelo relógio da torre da igreja, assim como o da despega, pelo toque das trindades.
E como tudo acaba, acabaram também com esta linha, que servia de algum desenvolvimento à área envolvente, e o que resta dela são as tulipas, a brita e as silvas como ornamentação. Os carris, roubados ou vendidos, já foram, porque é coisa que ainda dá algum dinheiro, que é o que conta para os nossos “governantes”.
E agora uma pergunta:
- O que vão fazer os nossos governantes com aquele espaço? 
Eu deixo a minha sugestão: 
O espaço tem largura suficiente para uma pista ciclável e pedestre!


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