segunda-feira, 25 de julho de 2011

Lixo?

Ouvi um dia destes nas notícias, dizer que uns bardAMERICANS nos atiraram para o lixo. Lixo são eles que nem sabem de que raça são nem donde vieram.
Nós portugueses sabemos quem somos e temos uma identidade bem definida. Nós que fomos capazes de ir até aos confins do mundo, vencendo a fúria dos mares “nunca antes navegados”, também somos capazes de enfrentar as adversidades porque estamos a passar sem necessidade da avaliação desses indivíduos que estão ao serviço dos grandes especuladores, querendo monstruosamente  atirar-nos para a miséria.
Não vamos deixar!...

21 de Julho de 2011

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Justiceiro

Desta vez para recriar os passos dados com a sua INÊS por estas terras. Foi bonito o desfile pela cidade, pena foi que os seus habitantes não se dignassem vir à porta aplaudir mais um evento que os engrandece, deixando os intervenientes do desfile sem moral para outros feitos. 
O desfile até estava muito bonito, para alem do casal real, tinha cavalos e suas montadas, tinha guerreiros e muitos acompanhantes vestidos á moda daquele tempo, só faltou mesmo os aplausos de Cantanhede. Pronto, fico à espera que o JUSTICEIRO volte, não para vingar a sua amada, mas para pôr esta gente a pensar como tal!..      
05/07/2011

Esclarecimento

Quero aqui esclarecer as pessoas que visitam o meu BLOG, que eu muito agradeço, que os meus conhecimentos académicos são muito reduzidos, pois possuo apenas a quarta classe daquele tempo, feita em 1948, pela mão da professora MARIA EMÍLIA PEREIRA, que foi a nossa professora, que durante três décadas, leccionou, e nos educou, com processos que não eram os mais ortodoxos, mas valeu a pena, pois os nossos pais não tinham tempo para isso. 
A ela lhe devo atingir este grau de ensino, que naquele tempo, já era relativamente notório. 
Tive oportunidade de lhe expressar isto mesmo pessoalmente, na festa do seu centésimo (100) aniversário, que nos orgulhamos de lhe ter proporcionado E com esta base me lançou para mais tarde, como adulto, fazer o 2º ano do liceu e frequentar a secção de letras do 5º, no Externato São Tomas de Aquino em Coimbra. Pela minha pequenez académica, estou sujeito à má pontuação, às gafes e aos erros ortográficos, mas que não levo nada a mal que me corrijam, antes agradeço. 
Venham esses comentários!...
12/07/2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Orgulhosamente marretas!

Os descendentes do ti Delfim Coelho e do ti Artur, (que era seu irmão, são conhecidos pelos “marretas”. 
As pessoas que nos apelidam assim, fazem-no no sentido depreciativo, e nós orgulhamo-nos desse nome, pelo facto do que a seguir vou relatar: 
O meu pai tinha uma pedreira, assim como tantos outros, e todos esses outros se organizaram, no sentido de criarem um documento assinado no notário, para manietarem os empregados, não podendo estes ir pedir trabalho a outra pedreira, sem o consentimento de todos os outros patrões. 
O meu pai achou isso, uma medida tão anti-social, que se negou a assinar esse documento. Quando ele disse não, o comentário foi o seguinte: NÃO ASSINA PORQUE É MARRÊTA!
O meu pai não assinou, porque não era um patrão de gravata. Ele trabalhava mais que os empregados.
Lembra-me de ele, quando chegava à noite a casa, dizer à minha mãe que, quando os empregados chegaram para pegar ao trabalho, já tinha ganho para um.  Morava numa casa, onde nasci e vivo, numa ponta do lugar.
Ele para ir para a pedreira, atravessava todo o lugar, e ainda toda a gente dormia, quando ele passava, e como usava tamancos, fazia algum barulho, e as pessoas que já estavam acordadas, diziam. 
- JÁ AÍ VAI O TI DELFIM!
Como naquele tempo pouca gente tinha relógio, ele era o seu despertador!
Era hábito, irem aos domingos, único dia de  descanso, procurar trabalho muitas vezes longe da nossa terra, que é Vila Nova, que era apelidada da “terra da pedra”. O meu pai não sabia andar de bicicleta mas, quando os outros lá chegavam, já ele lá estava a pé... e orgulhava-se disso.

Escreveu Albertino Pereira Coelho, seu filho mais novo.
Vila Nova, Abril de 2011.  

Nota extra: vejam os comentários deste texto.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Clube União Vilanovense

Estamos na época de Natal.
E é nesta quadra que eu mais recordo o nosso C. U V., a causa era o teatro, todos ansiávamos para assistir à representação duma peça. Peça essa que era seleccionada pelo encenador, isto naquele tempo, estou a falar dos anos 50, era muito difícil, tendo em conta as personagens e as famílias a que pertenciam. Os pais das e dos jovens solteiros tinham que dar autorização, e queriam saber os personagens com quem iam contracenar, não fosse nascer daí um casamento com quem não concordassem. 
Além disso, havia a pressão das pessoas que se julgavam donas do C.U.V. criaram ali uma elite que, no conceito deles, só era gente quem pisava o palco. Mesmo assim com altos e baixos, o teatro chegou aos dias de hoje (2010), mas já sem a paixão de outrora, porque havia personagens que, quando choravam no palco era mesmo a sério. Dizerem que só era gente quem pisava o palco é exagero, mas que dado o nível escolar daquele tempo, ajudou muito, ao ponto de alguns personagens que por ali passaram, dizerem que a cultura que possuíam, se devia exclusivamente ao teatro. Estou a lembrar-me do ti Luís Baía, dizer isto mesmo a uma reportagem da R.D.P. Coimbra, que em 1981 aqui veio realizar, quando este actor já era encenador. O ti Luís Baía era um actor de sentido cómico, que até hoje não foi superado nessa área, que me desculpe o Zé Palála, outro cómico dos nossos dias. O nosso C.U.V. foi inaugurado no dia de natal de 1927, com uma peça de teatro, OS MILAGRES DE SENHORA DA NAZARÉ, sendo tradição desde aí, a representação de teatro pelo Natal, e este ano não vai ser excepção.
Vou tentar, de acordo com os meus conhecimentos de há mais de seis décadas, pois sou sócio desde dos meus 16 anos, (1953) reproduzir o historial da colectividade e do teatro. Esta colectividade foi a continuidade duma outra, que já existia antes, da inauguração desta em 1927, com o nome de Grémio, que funcionava numa dependência da casa do ti António Louro, foi nesta sociedade que nasceu o teatro em Vila Nova, muito por influência duns senhores que vinham das Alhadas para aqui trabalhar a pedra, (canteiros) pois na terra deles já se representava a arte de Talma. 
É daqui que saem um grupo de sócios com o propósito de criarem uma nova colectividade, parece que não foi fácil porque não houve acordo de todos, criaram uma rivalidade que durou muitos anos a extinguir-se. Contudo os que estiveram de acordo, conseguiram com a ajuda da maioria do nosso povo, que sempre soube dizer presente, especialmente quando há rivalidades, mas isto ainda hoje acontece, quando estamos todos de acordo, não fazemos nada. 
E assim conseguiram construir aquele edifício, sem a ajuda de quaisquer subsídios do Estado. O edifício já sofreu algumas alterações de visual, mas a raiz da sua construção continua a mesma e o fim para que foi construído também, isto é, representações teatrais e bailes, funcionou assim durante muitos anos, hoje tem anexado uma secção de desporto, com um campo de futebol próprio e instalações sanitárias incluindo chuveiros. A sede do clube tem servido também para muitos outros eventos, ultimamente tem trabalhado com os jovens nos tempos livres e com alguns cursos de interesse social.
 
Pronto! Não sendo tudo o que tinha para dizer, e antes de terminar, quero aqui prestar a minha homenagem, quer a título póstumo, quer aos personagens actuais pelo sacrifício que todos os anos fizeram e fazem, depois de um dia de trabalho, para ali se deslocam à noite, suportando o frio que se faz sentir nesta época do ano, durante mais de dois meses, ensaiando todas as noites, para que tudo corra bem na noite de Natal, não esqueçamos as senhoras que deixam a louça no poio, por lavar, para não chegarem atrasadas aos ensaios. Fica este registo para memória. O Clube continua lá, é pena que o sofá e a televisão nos tenham afastado!

Escreveu Albertino Pereira Coelho, sócio Nº 5


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