quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Diferenças Abismais

Diferenças que eu não consigo deixar de comentar. Numas pequenas férias… não lhe devo chamar férias, porque sou reformado e as férias são para os trabalhadores.
Mesmo assim, com uma pequena reforma, e à custa de algum apertar de cinto, consegui amealhar alguns euros que me permitiram sair de casa durante uns dias. Comecei pela costa oeste, visitei locais que já conhecia e outros que não, tais como as aldeias típicas de José Franco, em Sobreiro, próximo de Ericeira que gostei e recomendo.
Mais adiante estive no Cabo da Roca, ponta mais ocidental da Europa, passei pela praia das Maçãs, praia do Guicho e Boca Do Inferno. Este local conheci-o há mais de 50 anos, quando só ali havia obra da natureza. Hoje com as obras ali feitas é menos perigoso visitar o local, mas para mim menos interessante. Continuei por Cascais, Estoril e entrada em Lisboa para ali passar a noite, depois de ver uma revista à portuguesa no Politeama de Filipe la Féria. Era hora de repousar, por isso dirigimo-nos ao hotel para uma noite regalada e dormimos muito bem… tudo isto no primeiro dia.
No segundo dia, fomos visitar a “velha Lisboa”, que eu conheci há muitos anos e que me fez reviver um tempo que não volta. Aproveitei para fazer uma viagem num anfíbio, que é novidade em Lisboa, percorrendo vários pontos na cidade para depois dar uma volta pelo Tejo, desfrutando a paisagem, que dali se observa. É arrepiante a entrada na água, mas a vontade sobrepõem-se ao medo.


Também visitei a baixa do Chiado, agora requalificado, e viajei no “velho eléctrico”. Deixamos Lisboa com destino a Setúbal, onde jantámos e pernoitámos no hotel. De seguida foi meter o carro no ferry e atravessar para Tróia e ali estava uma praia de ricos, com hotéis de luxo, casino e abrigo para iates, veleiros, etc...

Ao apreciar tudo isto, pus-me a pensar, porque é que uns tem tudo e outros nada, toda esta riqueza à custa de quê? Do trabalho não foi de certeza…
Depois de umas horas ali passadas, foi andar com destino a Alcácer e qual não foi o meu espanto, que ao chegar à Carrasqueira, me deparei com um cais de embarcações de pescadores a lembrar o terceiro mundo. Só vi coisa igual em reportagens no Vietname.

É por isso que chamo a esta narrativa Diferenças Abismais às quais anexo estas fotografias. Será que estes pescadores a trabalhar nestas condições ainda terão que pagar impostos ao estado? 

Desculpem, estive a maçar-vos com o relato das minhas férias, mas a minha intenção era mesmo, mostrar-vos as diferenças entre ricos e pobres.  

Vila Nova, Setembro de 2013.

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